A parte da plutocracia ligada a seitas religiosas está em festa.
O deputado Celso Russomano, do PRB paulista, estava acusado de peculato (desvio de dinheiro público), mas livrou-se de ter a cassação de sua candidatura à Prefeitura de São Paulo.
O processo de Russomano estava em tramitação há 11 anos, quando ele era acusado de, entre 1997 e 2001, empregar sua secretária Sandra de Jesus Nogueira para serviços particulares de vídeo, mas recebendo R$ 2 mil por mês dos cofres públicos destinados à Câmara dos Deputados.
Russomano só terá que prestar serviços comunitários e pagar cestas básicas, se livrando da cadeia. Se fosse um petista, teria sido preso imediatamente.
Já o caso do Marco Feliciano, o que ocorre é uma inversão de um incidente na jurisdição paulista.
O pastor e deputado Feliciano - cuja aparência lembra o falecido cineasta Simon Monjack, inglês que havia sido viúvo da atriz Brittany Murphy - é acusado de agredir, fazer assédio sexual e tentar estuprar a jovem jornalista Patrícia Lélis.
O processo contra Feliciano, do PSC paulista, prossegue em Brasília, mas em São Paulo é ele que está processando Patrícia por negociar um valor em dinheiro com o pastor e o presidente do PSC, Everaldo Pereira, o "Pastor Everaldo", para não fazer denúncias.
Em Brasília, há evidências do crime no apartamento funcional do pastor.
Mas, em São Paulo, o chefe de gabinete de Marco Feliciano, Talma Bauer, desmentiu outra acusação de Patrícia, de que este teria lhe mantido em cárcere privado e coação.
Consta-se que existe até uma campanha dos evangélicos para desmoralizar Patrícia.
Detalhes estão nesta reportagem. Em relação ao processo paulista, o advogado de Patrícia Lélis, José Carlos Castro, disse que o processo contra Patrícia é uma armação e afirmou que vai provar a inocência da jovem.
Tanto Russomano, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, quanto Feliciano, do PSC de Jair Bolsonaro, estão entre os políticos mais populares da "bancada da Bíblia", que apoiou o afastamento da presidenta Dilma Rousseff.
Esta bancada, formada majoritariamente por evangélicos, é em parte responsável pela agenda política retrógrada que integra o projeto político do governo de Michel Temer.
Esses dois episódios só revelam a avalanche de escândalos que envolve o grupo político que está no poder.
E, como sempre, está manipulando as leis a favor de seus políticos.
Isso num país em que políticos do PT são condenados a esmo, mesmo dentro do método "atirar primeiro para perguntar depois".
E diante desse coquetel de desvio de dinheiro público, machismo e religião, como se não bastassem os escândalos "laicos" dos políticos do PMDB e PSDB, o Brasil segue sem rumo.
Mas com as pessoas felizes nos seus smartphones ou diante da tela da Rede Globo.
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