A grande mídia anda apreensiva.
Uma das notícias mais recentes envolve um dos "heróis" do governo Michel Temer, o ministro das Relações Exteriores, José Serra.
É a denúncia de que ele, então como candidato à Presidência da República em 2010, recebeu da empreiteira Odebrecht uma verba para campanha no valor de R$ 23 milhões.
De acordo com os valores corrigidos da inflação, a verba equivaleria hoje a R$ 34,5 milhões.
O valor veio através de caixa dois e a informação foi dada pelos executivos da empreiteira, numa reunião na sede da Polícia Federal em Curitiba para acordo de delação premiada.
Serra disse que esse valor é "legal".
Claro, para tucano qualquer propina é "lícita", diante de um contexto em que até o Judiciário está de rabo preso com o PSDB.
Enquanto isso, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, na condição de presidente do Tribunal Superior Eleitoral, determinou abertura de processo para cassação de registro do Partido dos Trabalhadores.
O pretexto são as acusações de que "há vários indicativos de que o Partido dos Trabalhadores foi indiretamente financiado pela Petrobrás", recebendo contribuições de empresas indiciadas na Operação Lava-Jato.
Se fosse por esse caminho, o PSDB também deveria ser processado da mesma maneira.
Esquemas diversos, como a compra de votos para reeleição de Fernando Henrique Cardoso, as fraudes na licitação do metrô paulistano, a farra das privatizações e mesmo a participação tucana no "petrolão" e no "mensalão", além dos "esquemas pessoais" do Aécio, indicam que o PSDB merece ser extinto.
Mais do que o PT, alvo mais de boatos superestimados do que de investigações realmente sérias.
Alguém pode até detestar o PT, não querer votar em Lula e nem gostar do governo Dilma Rousseff, mas deve respeitar a existência do partido e sua atuação política, para o bem da democracia.
Voltando à Odebrecht, o delator Marcelo Odebrecht, por sua vez, denunciou o presidente interino, Michel Temer.
Temer teria pedido à empreiteira um repasse de R$ 10 milhões para a campanha do PMDB em 2014, para outros candidatos.
Entre os beneficiados, estavam o presidente da FIESP, Paulo Skaf, e o ministro-chefe da Casa Civil do governo Temer, Eliseu Padilha.
Marcelo Odebrecht disse que doou mais outros milhões para o PMDB.
São impasses que atingem o governo temeroso em suas estruturas de poder e de base de apoio.
E que desafiam a tranquilidade dos brasileiros bovinos que, num dia gritaram "Fora Dilma", no outro estão brincando na rua com seus smartphones exibindo bobagens no WhatsApp.
O Brasil se encontra num cenário sombrio. Muito sombrio.
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