Querem empurrar a queda de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, com a barriga.
Sua queda foi apenas formal, com ele renunciando ao cargo e esperando sua cassação.
Falam que muitos deputados federais faltarão à sessão que votarão sua cassação.
Por outro lado, Eduardo Cunha já entrou com ação no Supremo Tribunal Federal pedindo o cancelamento da votação sobre sua cassação.
É um enigma o que vai acontecer com Eduardo Cunha, artífice da votação de 17 de abril, pela abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Eduardo Cunha pode até ter sido traído e está fazendo um dossiê para denunciar aliados.
Ele não gostou de ver seu candidato à sucessão na casa legislativa, Rogério Rosso, do PSD do Distrito Federal, derrotado por Rodrigo Maia.
Carioca, Rodrigo Maia é da oposição ao grupo político de Eduardo Paes.
Sabe-se que Cunha veio do mesmo grupo de Paes, mas é "isolado" por ser o mais agressivo deles.
O "espírito de Eduardo Cunha" existe até no sistema de ônibus implantado pela Prefeitura do Rio de Janeiro em 2010 e nas mudanças nas linhas em 2015.
Mas Cunha, por ser mais agressivo e polêmico, era problemático demais para o PMDB carioca.
Neste sentido, compara-se Cunha com Carlos Lacerda entre os udenistas, embora Cunha não tivesse o refinamento cultural do antigo governador da Guanabara e jornalista que se opôs a Getúlio Vargas.
É um reacionário extremo, que os reaças acham útil para expulsar do poder políticos progressistas.
Assim que completou o "serviço", é descartado pelo grupo reaça, com medo de que o encrenqueiro útil possa "ir longe demais".
Daí que Cunha passou a agir nos bastidores.
Ele fez festa de despedida, deixou a residência oficial, não manda mais na Câmara.
Mas deixou seu legado ideológico na "Ponte para o Futuro" do governo Temer.
São as suas "pautas-bombas" que foram anexadas ao projeto eleitoral de Aécio Neves para 2014.
Aécio Neves (que é Cunha, no seu nome de batismo, sem parentesco com o carioca, mas com ), com seus projetos para a Economia e para o "desenvolvimento do país".
Eduardo Cunha, com os "valores sociais" e com a "realidade" dos brasileiros.
A grande mídia trata Eduardo Cunha como um morto sepultado.
Mas seu fantasma ronda o governo Michel Temer, para o bem e para o mal.
Para o bem, porque o programa de governo de Michel Temer é em boa parte o programa de Cunha.
Para o mal, porque Cunha vai denunciar, em seu dossiê, até mesmo o próprio Temer.
O Brasil está inseguro e as pessoas felizes com o governo Temer.
Lembra aquela canção de Caetano Veloso e Gilberto Gil gravada pelos Mutantes:
"São as pessoas a falar de jantar, tão preocupadas em nascer e morrer".
E era uma gravação feita meses antes do AI-5.
As pessoas ainda não aprenderam com os anos da repressão. E podem continuar falando do jantar que não terão mais.
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