Michel Temer mostra seu estilo. E não é dos melhores.
Finge que é um valentão político enquanto está com os aliados. Diante da mídia, tanta ser o "líder comprometido com o social".
Já quando vê pessoas protestando e se preparando para vaiá-lo, foge de medo. E, nas reuniões de cúpula no exterior, é posto para escanteio nas fotos.
Dava até para cortar a foto das autoridades do G-20 de forma que excluísse Michel Temer, que ainda foi mencionado na lista somente pelo vago nome de "líder brasileiro".
Temer fez um discurso num seminário sobre infraestrutura, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que apoia o governo temeroso.
Diante de amigos plutocratas, Temer pôde fazer seu teatrinho triunfante.
Criticou as ocupações nas escolas e ridicularizou os estudantes, dizendo que eles "não entendem" o que é a PEC do Teto.
Com sua habitual arrogância, Temer chamou as críticas à proposta de emenda constitucional de "ladainha".
Ele disse que a hoje PEC 55, antes PEC 241, já vem com "recursos aumentados" para a Educação e a Saúde.
Ele tenta fazer convencer que a PEC do Teto, a Proposta de Estrangulamento Coletivo na vida dos brasileiros, promoverá aumento de renda e de emprego.
É como se dissesse a uma pessoa que se ela se enforcar irá respirar melhor.
Temer disse que "reconhece a importância" dos projetos sociais, como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.
Mas, na surdina, cortou 1,1 milhão de benefícios e desfez o cadastro de cerca de 5 milhões de pessoas.
Enquanto fala em "racionalizar" os gastos, torrou dinheiro para uma festa chique no Palácio do Planalto.
Há dois dias, Temer organizou a festa da Ordem do Mérito Cultural, despejando R$ 600 mil para uma festa chique, com famosos e autoridades.
Sob o tema "samba", financiou uma empresa ironicamente denominada Treco Produções com nada menos que R$ 596 mil. Incluiu da direção do espetáculo a apresentações musicais.
Há ainda o dinheiro para os comes e bebes, os cachês de famosos, e outros detalhes. Afinal é um evento chique, apesar de usar o samba.
Um dos cantores convidados, Neguinho da Beija Flor, é sem dúvida um grandioso talento, mas teve a infelicidade de, no auge da indignação anti-PT, cantar uma música chamada "Samba do Triplex", sobre um apartamento no Guarujá atribuído a Lula mas que ele havia desistido de adquirir.
E teve Fafá de Belém, que havia apoiado Aécio Neves em 2014, e recebeu R$ 15 mil.
O presidente que diz que se deve cortar gastos públicos para conter a recessão despeja montes de dinheiro quando a causa é sempre da plutocracia.
Vide as generosas "gorjetas" que manda para a grande mídia patronal, que vive nadando em dinheiro.
Os brasileiros vão ter que cortar gastos, praticamente vivendo na fome, na doença, na desnutrição, na ignorância e no tédio.
Longe deles, os ricos acumulam tanto dinheiro que não sabem mais o que usar com ele.
As injustiças sociais se agravaram desde que Michel Temer tomou o poder. E a classe média brasileira ainda fica feliz com esses tempos sombrios.
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