Shailene Woodley é bem mais do que a belíssima estrela de filmes como A Culpa é das Estrelas e da saga Divergente.
Aos 25 anos completos há dez dias, ela é uma dedicada ativista política.
Diante da farra consumista do Dia de Ação de Graças, feriado bastante festejado nos EUA, ela demonstrou seu ceticismo.
"Hoje é o dia que muitos chamam de Ação de Graças, e um dia em que crianças no ensino fundamental aprendem falsas narrativas sobre nossos irmãos e irmãs nativos", disse ela, em entrevista ao canal de web television The Young Turks (TYT Network).
A entrevista foi publicada no canal da atriz no Facebook. Ela ainda acrescentou:
"Desde o tempo em que éramos crianças, nós recortamos fotos de peregrinos com festas e perus em nossas carteiras escolares, e no entanto nenhuma das crianças sabe a verdade sobre o que aconteceu não só com os nativos dos EUA quando os exploradores do Oeste decidiram colonizar o país, mas com o que ainda está acontecendo com os povos nativos".
Mesmo no contexto estadunidense, podemos nós, brasileiros, refletir sobre o que Shai está dizendo, e é muito grave.
É o que poderemos ter com a Escola Sem Partido, que já afirmou que não vai mais falar da luta dos povos negros e índios pela sua autoafirmação sócio-cultural e histórica.
A Escola Sem Partido só mostrará a "história" do Brasil sob o ponto de vista dos vencedores.
Para essa proposta "necessária para o país", danem-se os índios que ocupavam o solo brasileiro séculos antes do "descobrimento", e danem-se os negros que chegaram aqui de maneira trágica, humilhante e deprimente.
Shailene empresta sua visibilidade para chamar a atenção dos problemas que afetam a sociedade.
Se ela fosse brasileira, imaginamos o que ela poderia influenciar na nossa juventude quanto ao repúdio enérgico que sentiria à PEC do Teto, outra tragédia a caminho no nosso país.
Junta-se a Escola Sem Partido e sua doutrinação (sim, a Escola Sem Partido é doutrinação pura, sobretudo de fantasias religiosas sem pé nem cabeça) com o corte de gastos públicos, e teremos gerações atrofiadas a colocar a fantasia das elites acima da realidade do povo.
E teremos gente atrofiada comemorando festas com muito consumismo e nenhuma consciência social.
Serão só um bando de consumidores correndo para as lojas impulsionados por estórias lindas de "fé e esperança", ignorando o lado dos sofredores que lutaram por uma sociedade mais justa e igualitária.
Daí que o comentário de Shailene Woodley acaba dizendo muito não só sobre os problemas dos EUA a serem governados pelo retrógrado Donald Trump, como sobre os problemas que teremos em frente, principalmente na Educação.
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