No Brasil temeroso, algo chama muito a atenção.
As elites tidas como "esclarecidas" e dotadas de "responsabilidade" estão cada vez se tornando mais mesquinhas ou, na melhor das hipóteses, confusas ou ingênuas.
São mesquinhas porque a grande mídia patronal que as influencia também se tornou mesquinha.
A realidade lhes escapa das mãos, mas elas ainda se consideram donas de uma visão que dizem ser "realista".
Pais de família que se orgulham em sentar na sala e ver o Jornal Nacional ou ver na Internet as mesmíssimas páginas da imprensa plutocrática, chegam a brigar com os filhos que contestam as visões absurdas trazidas pela mídia venal.
Esses pais veem sempre os mesmos comentaristas: Miriam Leitão, Merval Pereira, Gerson Camarotti, Renata Lo Prete, entre outros.
Mesmo não se considerando de direita, são tentados ainda a "ir adiante" quando aparece um Luiz Felipe Pondé, Rodrigo Constantino ou Leandro Narloch no meio do caminho.
Para não dizer uma Yoani Sanchez que surge de repente.
O discurso racional desses pais ou de outros cidadãos e cidadãs semelhantes mais parece um enfeite, um adorno para argumentações bem construídas que querem dizer, simplesmente...nada.
São os velhos argumentos de crescimento econômico, administração empresarial, ascensão profissional etc.
Interpretações um tanto mofadas e equivocadas do mundo desenvolvido.
Argumentos que não conseguem encontrar consistência quando a realidade que está fora da grande mídia se mostra.
Mas isso pouco importa.
As elites que se acham dotadas de "racionalidade" acham que Sérgio Moro está de acordo com a lei, a PEC 241 vai gerar empregos e renda, a privatização das universidades vai melhorar o ensino superior e o fim do monopólio da Petrobras vai valorizar as riquezas nacionais.
A compreensão da realidade está no lado da mídia esquerdista, chamada de "petista".
Nomes como Fábio Konder Comparato, Marilena Chauí, Jessé de Souza, Mino Carta, Luís Nassif e Eugênio Aragão são alguns que analisam profundamente a realidade brasileira.
Eles estão dando aulas grátis do que são as leis e o que é o trabalho da mídia ou da política, introduzindo os leitores a uma melhor compreensão desses temas.
Páginas como Carta Capital, Diário do Centro do Mundo, Carta Maior, Viomundo e Jornal GGN estão mostrando a realidade que a mídia quer esconder.
Uma realidade que os antigos portadores da "visão mais objetiva do Brasil e do mundo" se recusam a admitir.
São páginas que estão mais fazendo críticas ao PT, mas apontando os erros que o partido realmente cometeu, e não um vômito moral de um ódio gratuito e cego.
Não tem essa de comparar Lula a um gângster ou fantasiar Dilma Rousseff de gorila, como fazem os psicopatas do direitismo febril que se apoiam na Globo, na Veja, na Folha, no Estadão etc.
Esses são capazes de dizer até que Lula é dono das pirâmides do Egito e, por isso, deve ser condenado criminalmente.
E aceitam atuações contraditórias de gente como Sérgio Moro ou o pessoal do STF, assim como argumentos vagos e confusos de economistas.
Chegam a acreditar que a PEC do Teto, com seus cortes e congelamentos de gastos públicos, conforme a natureza da atividade, irão gerar renda, empregos e crescimento econômico.
Ou acreditam que os projetos ultraliberais irão transformar o Brasil num país de padrões escandinavos de desenvolvimento sócio-econômico e político.
Mas a mídia venal cada vez mais está impotente para mostrar a realidade.
Ela cria uma ficção, uma fantasia ultraliberal que é compartilhada pelo seu público.
Uma fantasia apoiada por um discurso de racionalidade que é bonito na forma, com palavras organizadas, argumentos persuasivos e até uma dose de teimosia para ficar com a última palavra.
Até essa pessoa movida à manipulação midiática conhecer a realidade fora dos filtros elitistas, ela sempre vai pensar que a plutocracia está sempre com a razão, por mais confusa e contraditória que seja.
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