Os estudiosos de esquerda, certamente, não caem nessa cilada.
Veja noticiando a crise do governo Michel Temer na manchete principal e, nas secundárias, denúncias de delação da Odebrecht na Operação Lava Jato citando os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.
Para os iniciantes, porém, é pausa para reflexão.
Acrescenta-se o dado que, nos bastidores do esquema de corrupção da Odebrecht, Serra e Alckmin são respectivamente citados pelas alcunhas "careca" e "santo".
Ambos são calvos, mas Alckmin virou "santo" pela aparência de padre e pelo vínculo com o movimento católico neo-medieval Opus Dei.
Mas ambos, Serra e Alckmin, costumam ser "santos" por quase toda a mídia venal.
O que Veja faz publicando tais denúncias?
Ainda não vi a reportagem interna, mas a ideia é resolver o problema de lógica.
O ano de 2016 termina e o governo Michel Temer não precisa ser blindado pela mídia venal.
Mas sua crise, mesmo se agravando, tem que sucumbir aos poucos, para que a plutocracia tome as rédeas da sucessão presidencial, com a eleição indireta pelo Congresso Nacional.
Se ceifar o governo Temer este ano, há eleição direta e o sucessor será um progressista eleito pelo povo.
Se ceifar no ano que vem, a eleição indireta será garantida e o Legislativo elegerá um tucano.
Mas se os tucanos são protegidos pela mídia, o que fazem Serra e Alckmin em denúncias publicadas por Veja?
Talvez a Veja queira tirar os dois em benefício a Aécio Neves.
Globo e Veja parecem defender Aécio. A Folha de São Paulo, o Serra.
O Estadão defende também Aécio. A TV Cultura está aparelhada pelo grupo de Alckmin.
Alckmin foi fortalecido com a vitória eleitoral do seu afilhado político, João Dória Jr., para a Prefeitura de São Paulo.
Alckmin está representado pelo governo Temer através do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
José Serra é o próprio ministro das Relações Exteriores.
Aécio Neves é um dos mentores do projeto político de Michel Temer.
As tendências da mídia podem indicar os diferentes matizes da mídia tucana.
Mas qual tucano poderá se tornar o sucessor de Temer? A mídia venal vai fazer um consenso? A favor de quem?
Tudo ainda está imprevisível neste país à deriva em que vivemos.
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