Na tarde de hoje, um grupo de extrema-direita invadiu a Câmara dos Deputados, durante a sessão que debatia o "pacote anti-corrupção", por volta de 15h30.
Cerca de 50 estavam dentro da casa legislativa. Mais de 800 estavam fora.
Gritavam as habituais frases como "A nossa bandeira jamais será vermelha", louvavam o juiz midiático Sérgio Moro, pediam a presença do deputado Jair Bolsonaro, ausente na ocasião, e pediam intervenção militar sob os gritos "Queremos um general aqui!".
Defendiam também projetos como Escola Sem Partido e se diziam não pertencer a organização alguma. E afirmaram que estavam lá para "fechar o Congresso Nacional".
Havia muitos adultos, pessoas com idades presumíveis em torno de 50, 60 anos de idade, embora houvesse também jovens. Eles teriam sido financiados por um empresário para chegarem a Brasília.
Esses "indignados" são gente extremista que já estava presente nas passeatas anti-Dilma, mostrando símbolos fascistas e perguntando por que a ditadura não matou todos os esquerdistas.
Os "manifestantes" quebraram vidraças e se envolveram com muita pancadaria.
Este é um ato extremo de facções reacionárias da sociedade que, quinze anos atrás, estavam escondidas nas mídias sociais.
Já observava reaças assim na página da Rádio Cidade, "roqueiros" que pediam o fechamento do Congresso Nacional, sob a desculpa de "combater a corrupção". Queriam, em outras palavras, extinguir o Poder Legislativo.
A 89 FM também tinha fascistas assim, à maneira dos da Jovem Pan.
"Coxinhas" fanáticos por Luciano Huck, em 2007, fizeram cyberbullying contra mim, escondidos na comunidade Eu Odeio Acordar Cedo no Orkut, só porque critiquei a midiática gíria "balada", um subproduto da trinca Rede Globo-Luciano Huck-Jovem Pan.
Naquela época eu já definia esses valentões digitais como "fascistas", oito anos antes de gente famosa como Taís Araújo, Maria Júlia Coutinho e esquerdistas como Lola Aronovich e Eduardo Guimarães sofrerem ataques semelhantes.
Vendo essa informação, me lembro do rumo lamentável que seguiu o grupo Capital Inicial, depois que gravou "Vamos saquear Brasília".
Eu admirava o Capital Inicial e conheci a banda desde as demos da Fluminense FM.
Achava até o Dinho Ouro Preto admirável pela sua jovialidade, antes dele ficar carregando demais de gírias como "cara", "véio" etc.
Mas a essas alturas ele já havia gravado músicas como "Vamos Saquear Brasília", que é um tremendo mau gosto, fazendo apologia a atos semelhantes como o que ocorreu hoje na Câmara dos Deputados.
E Dinho Ouro Preto havia exaltado Sérgio Moro, que estava no camarote durante a apresentação do grupo brasiliense-paulista em Curitiba.
Dinho teve a coragem de dedicar "Que País é Este?" do Aborto Elétrico ao midiático juiz e "sósia do Superman" que manobra a Operação Lava Jato.
Imagino Renato Russo, se vivo estivesse, chateado com a atitude do amigo.
"Sacanagem, né, Dinho? Eu não confio nesse juiz, não! Você pelo menos poderia ter criado uma canção própria em homenagem a ele. Da minha música, cuido eu e escolho para quem dedicar", teria dito o saudoso cantor.
Na verdade, a grande mídia é culpada pela invasão de fascistas na Câmara dos Deputados.
Ela é que incitou todo esse anti-petismo doentio, psicótico, neurótico, inconsequente.
Foi uma campanha doentia nas mídias sociais, na grande imprensa, com veículos jornalísticos despejando as mais descaradas mentiras, as mais arrepiantes calúnias.
Isso estimulou toda essa carga de raiva extrema e de reacionarismo ao mesmo tempo estúpido, arrogante, ameaçador e prepotente.
Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi e similares criaram uma "epidemia" que contagiou até mesmo jornalistas que eram conservadores, sim, mas tinham alguma compostura, como Augusto Nunes e Ricardo Noblat.
Hoje até eles atuam como se fossem moleques escrevendo textos nos fóruns.
Agora eles e os políticos reacionários estão preocupados com o extremismo dos invasores.
Eles agora têm que reagir, porque eles acabaram criando uns monstros.
O país está em sério perigo. A democracia está ameaçada, graças a tanto golpismo.
Comentários
Postar um comentário