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POVO NA AVENIDA PAULISTA PROTESTA CONTRA GOVERNO MICHEL TEMER


A crise do governo Michel Temer tende a se agravar cada vez mais.

Não bastassem os projetos malignos a caminho, as denúncias do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, atingindo a cúpula do governo Temer, só aumentam a indignação popular.

Sabe-se que uma farsa chamada "pacote anti-corrupção", que mais parece "pacote de criminalização de pessoas inocentes", está sendo discutida no Congresso Nacional.

Há a tramitação da maligna PEC 55, antiga PEC 241 e futura PEC da Morte, que aposta na tese de que o corte de gastos públicos trará o crescimento econômico, algo como dizer que o enforcamento ajudará alguém a melhorar a respiração.

A reforma educacional feita à revelia de professores e alunos - sim, os alunos têm muito a sugerir para a Educação - também é uma ameaça em andamento, de mãos dadas com o programa medieval da Escola Sem Partido, espécie de Tea Party pedagógico.

As manifestações são cada vez mais crescentes e não se limitam a sindicatos.

Movimentos populares dos mais diversos tipos estão protestando contra o governo temeroso.

O agravamento da crise política em todos os sentidos já causa o esgotamento da paciência do povo.

E não se trata mais daquelas manifestações de mentirinha, de "revoltados" pagos por partidos políticos em passeatas frouxas com o apoio da grande mídia.

Eu vi pessoalmente as passeatas anti-PT em Niterói e elas só ocupavam um trecho da Av. Jornalista Alberto Francisco Torres, na Praia de Icaraí: um quarteirão entre a Rua Miguel de Frias e a Rua Álvares de Azevedo.

Nunca ia além disso.

Enquanto isso, grandes protestos ocorrem do lado dos progressistas, bem diferentes dos paneleiros vestidos com roupa da CBF.

A gigantesca manifestação da Av. Paulista, em São Paulo, é só uma amostra do repúdio popular contra Michel Temer, com a participação de artistas, ativistas e políticos progressistas, entre outros.

Há um pedido, proposto pelo senador Lindbergh Farias - ele mesmo há 24 anos um líder de protestos - , para o impeachment do presidente Michel Temer, no qual foi lançado um abaixo-assinado.

O motivo é a suposta existência de conversas gravadas pelo ex-ministro Calero que podem condenar Michel Temer por crime de responsabilidade.

O crime foi apoiar a pressão de Geddel Vieira Lima para aprovar um projeto de especulação imobiliária, o edifício La Vue, em Salvador.

Temer, por ter em Geddel um de seus homens fortes, pedia para Calero aceitar a exigência do "ministro de secretaria".

A cumplicidade com Geddel incrimina não só Temer, como também outro homem forte, Eliseu Padilha, que também apoiou a pressão contra Calero.

A ideia de Lindbergh é criar um abaixo-assinado não de parlamentares, mas de advogados, representantes de movimentos sociais, artistas e o povo em geral.

Segundo Lindbergh, o abaixo-assinado também seria uma pressão para o cancelamento da PEC do Teto, que congelaria o orçamento da União para a Educação, Saúde e Assistência Social por vinte anos, comprometendo muitos investimentos nesses setores.

A PEC do Teto afetaria de forma dramática a qualidade de vida de milhões de brasileiros, em muitos casos trágica, principalmente no setor da Saúde e Assistência Social.

Haverá uma manifestação em Brasília, na próxima terça-feira, para entrega do documento.

A oposição anti-Temer tenta ganhar tempo para evitar o impeachment para o ano que vem, o que abriria caminho para a escolha do sucessor por eleição indireta.

Tudo será feito para Temer sair do poder ainda este ano, para que seja feita a eleição direta, com o voto popular escolhendo o sucessor.

Enquanto isso, a História se prepara para definir o governo Temer como o pior da República brasileira.

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