Boa parte da decadência da cultura rock no Brasil está na acomodação que vem desde os anos 90.
De repente, os roqueiros passaram a se contentar em ouvir só os "grandes sucessos".
Aceitam nomes comerciais que diluem tendências clássicas.
O poser metal, por exemplo, agora é visto, equivocadamente, como "rock clássico".
O roqueiro deixou de ser referência de algo admirável ou atraente.
Passou a ser ideologicamente conservador e culturalmente superficial.
Só quer saber de barulheira, espernear, fazer sinalzinho do capeta com a mão, botar a língua para fora.
Se julga fã das bandas de rock apenas por ouvir um ou dois sucessos, em muitos casos se entediando em ouvir aquilo que não é hit.
E, quando ouve punk rock, espera que as letras não sejam lá muito questionadoras do "sistema".
A desculpa é que "deve-se aproveitar positivamente o sistema" para se expressar.
Tudo bem, mas isso vai ao ponto da complacência e até mesmo da cumplicidade com o "sistema".
Desde os anos 90, a "década perdida" do Brasil, os roqueiros se acomodaram.
Os fãs de rock dessa linha pragmática-superficial se tornaram tão conservadores, tão caricatos, tão culturalmente precários e ideologicamente conservadores que só poderiam se transformar em uma coisa.
Em "sertanejos universitários".
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