Um panelaço ocorreu há pouco tempo em várias partes do país.
Foi um panelaço surpresa, às vezes com vuvuzelas e até batidas de pés no chão.
Quem não frequentou as mídias sociais e não foi para comunidades como Movimento Brasil Livre estranhou a repentina manifestação nas residências.
Só mais tarde se soube que o protesto era contra o pacote anticorrupção.
A manifestação foi dos tietes da Operação Lava Jato e seus juízes e procuradores.
Eles estavam indignados com o desfecho dado no Congresso Nacional, que alterou o projeto original trazido pelo Ministério Público Federal.
O projeto aprovado criminaliza juízes e promotores em práticas de abuso de poder.
Neste caso, juízes e promotores podem, se for o caso, indenizar quem for prejudicado por suas ações.
Muita gente estranhou o panelaço, tentando ver as páginas da Internet para verificar.
Mas as notícias só vieram depois.
O protesto foi a favor dos "heróis" da Lava Jato, em especial Sérgio Moro e o "rei do Power Point", Deltan Dallagnol.
A punição aos magistrados e promotores foi conhecida como "lei da intimidação".
Os juízes e procuradores da Lava Jato ameaçam deixar seus cargos caso a lei seja sancionada.
A votação da lei anticorrupção foi feita na Câmara dos Deputados e o texto aprovado segue para ser votada no Senado Federal.
Algumas outras mudanças foram feitas.
A anistia ao caixa dois não foi incluída no texto aprovado.
Das 10 medidas propostas, foram mantidas apenas poucas.
Entre elas, o aumento de rigor na punição de esquemas de corrupção, sendo crime hediondo quando envolve a partir do valor equivalente a 10 mil salários mínimos.
Também foram mantidas a transparência de tribunais na divulgação dos dados processuais e a limitação de recursos para protelação dos processos.
Um item derrubado foi a responsabilização de partidos e dirigentes partidários por atos cometidos por políticos ligados às siglas.
Mas os protestos movidos pelo barulho das panelas foi em solidariedade aos juízes e promotores da Lava Jato, os "caçadores de petistas" que empolgavam a "nação coxinha" do Brasil.
Sobretudo Sérgio Moro, que faz seus últimos trabalhos deste ano para depois tirar férias nos EUA.
Ele ainda vai entrevistar Lula, que foi considerado réu pela Lava Jato.
Isso ainda vai dar o que falar. Mas, se a plutocracia ficar em pé, mesmo depois da saída de Temer, as panelas voltarão a protestar ou se limitarão apenas ao hábito servil de cozinhar alimentos?
A segunda opção é a mais provável. Ainda que só tenha comida farta para as elites mais abastadas.
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