Um dos últimos "heróis" da intelectualidade "bacana", o funqueiro ostentação paulista MC Guimê, fez uma festa ostentação de fazer o presidente Michel Temer ficar com água na boca.
Afinal, foram gastos cerca de R$ 500 mil só para a festa de lançamento de seu novo CD.
Mas os gastos não foram únicos.
Ele havia também recebido, de recursos da Lei Rouanet, cerca de R$ 516 para gravação de um DVD.
Comprou uma mansão avaliada em R$ 2 milhões e fez uma festa de R$ 15 mil para sua sogra, mãe da funqueira Lexa.
Ele não é o único a ostentar tanto luxo.
Nomes diversos, como Nego do Borel, Ludmilla, Jorge & Mateus, Pablo do Arrocha e tantos outros passaram a ostentar bens luxuosos ou fazer festas caríssimas.
Fora o Wesley Safadão, que é mais rico do que muito suposto burguês da "ultrapassada" MPB.
A intelectualidade "mais legal do país" diz que isso é o "direito natural das classes pobres de aderir às conquistas do consumo e da qualidade de vida".
Só que essa intelectualidade foi para a mídia de esquerda lançar essa falácia, que confunde consumismo com cidadania.
Uma coisa é adquirir um salário reajustado, comprar um apartamento, carro, alguns bens a mais, até mesmo uma TV de plasma para a família.
Outra é realizar festas de luxo, comprar carros importados, encher o corpo de joias e correntes ostentosas.
Isso desmascarou a visão "sem preconceitos" da intelectualidade "bacana" que, com seus preconceitos trazidos da Folha e da Globo, estavam quase nos degraus do Centro Barão de Itararé.
Iam defender, num discurso dissimulado, uma "regulação da mídia" meramente formal.
Ideólogos do "funk" não fariam uma EBC diferente do que Laerte Rimoli, protegido da Rede Globo, está fazendo com a rede.
Talvez fariam a EBC se transformar numa mistura populista de Rede Globo com Rede Record, descontando os programas religiosos.
Uma TV Brasil que misturasse Cidade Alerta com Caldeirão do Huck com uma pedagogia filantrópica nos limites ideológicos do Criança Esperança.
E achavam que os funqueiros iriam trazer a revolução socialista para o país.
MC Guimê foi lançado pela intelectualidade "bacana" como se fosse um novo guevariano que iria promover a reforma agrária na MPB e desalojasse o coronel da Fazenda Modelo, Chico Buarque de Hollanda.
Mas enquanto Chico Buarque nunca virou as costas para o esquerdismo e apoiou Lula e Dilma Rousseff nos momentos mais difíceis, MC Guimê virou capa de Veja.
A mesma Veja que esculhamba todo mundo: estudantes, operários, camponeses, indígenas, feministas.
A mesma Veja, um dos focos pioneiros do ódio-ativismo que culminou na invasão dos neofascistas na Câmara dos Deputados.
Um grupo "sem vínculos com organizações" que se revelou uma organização: o movimento Os Patriotas, financiado pelo empresariado.
E Veja é gentil com os funqueiros, como são gentis a Folha e, principalmente a Globo.
Entre 2003 e 2005, a Globo botou "funk" em tudo quanto era programa. Só faltou o William Bonner dançar o quadradinho de oito na bancada do cada vez mais showrnalístico Jornal Nacional.
Durante anos as esquerdas achavam que o "funk" era mais admirável que Chico Buarque, considerado "velho, ultrapassado e elitista".
Só que o "funk", nas horas mais difíceis, vira as costas para as esquerdas e comemora suas conquistas abraçados aos barões da mídia.
E, politicamente, estão muito bem representados pelo PMDB carioca.
Já o "coronel da Fazenda Modelo" foi prestar solidariedade aos Jornalistas Livres com a campanha para mudar o nome do programa Roda Viva da TV Cultura.
Chico Buarque estuda os meios legais para romper o contrato do uso de sua famosa música para o homônimo programa, depois daquela patética "conversa entre amigos" com Michel Temer.
O compositor se sentiu constrangido em ver o programa associado a uma pauta editorial conservadora e distante do verdadeiro jornalismo.
Se ele decidir processar a Fundação Padre Anchieta, que administra a TV Cultura sob o mais escancarado apoio de Geraldo Alckmin, o Roda Viva terá que mudar o nome.
Na prática, o programa "morrerá" oficialmente nos seus 30 anos de existência.
Chico Buarque nunca abandonou os movimentos sociais e sempre esteve ao lado deles, dedicando sua "Apesar de Você" ao presidente Temer.
Já funqueiros como MC Guimê, tão adorados pelas esquerdas médias, viram as costas e decidem fazer festas não menos luxuosas que as de Michel Temer e seus consortes.
Até porque "funk" é Temer. Está no dicionário.
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